Pela metade

Tenho muito amor dentro de mim para dar..
Mas nunca sei até quanto desse amor eu devo permitir que se manifeste em sua essência.
Depois de ter quebrado a cara tantas vezes , de ter me doado tanto, de ter me entregado tanto sem ter recebido em troca, acho que desaprendi.
Não sei se posso dizer assim, que desaprendi.
Mas acho que é isso.
Eu vivo com esse medo.
De não ser correspondida.
E por isso vou com um pé atrás, com armaduras e escudos em mãos.
Porque sou gato escaldado.
Não quero me molhar mais.
Não quero mais algo de mão única.
Preciso de mão dupla.
De vai e volta.
De reciprocidade.
De cumplicidade.
Quando eu gosto, gosto de verdade.
Vou fundo, de cabeça, por inteiro.
E é assim que desejo que seja.
Não quero nada pela metade.
Se não puder ser inteiro, não seja aos pedaços.
Pois aos pedaços é sofrer aos poucos.
E sofrer aos poucos dói ainda mais.
Demora a passar.
É como arrancar um dente. A gente tem que arrancar de uma só vez.
Não deixar que ele fique ali, doendo.
Amar pela metade é o mesmo que não amar.
Odiar pela metade é o mesmo que não odiar.
Tudo que é pela metade não tem a menor graça.
Não vale a pena.
Não seja pela metade.
Seja inteiro.
Se permita...
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Beijos