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Mostrando postagens de abril, 2018

Breve adeus

A dor de perder alguém que amamos é indescritível. Ainda me sinto meio que anestesiada, como se não fosse real. Como se logo fosse acordar e tudo não passasse de um sonho muito ruim.  É como morrer um pouco, mesmo que o coração continue a bater. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir de nós mesmos, perder a memória, trocar de papel. Qualquer coisa que nos arranque a dor com a mão, que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Não há alívio imediato. A morte é uma verdade disfarçada de absurdo. Não se arrepende, não volta atrás. É o verdadeiro “para sempre”. É telefone que não toca, silêncio que ensurdece, pesadelo que não acaba, falta que jamais deixará de ser.  Ainda que a morte seja a única certeza para todos, não nos preparamos para a despedida. Não estamos prontos. Nunca. Mesmo naqueles casos onde temos a consciência de que a morte foi um “descanso”. A esperança se mantém até o último instante. Uma fagulha.  A partida vem como um golpe, uma rasteira. É d