Breve adeus
A dor de perder alguém que amamos é indescritível. Ainda me sinto meio que anestesiada, como se não fosse real. Como se logo fosse acordar e tudo não passasse de um sonho muito ruim.
É como morrer um pouco, mesmo que o coração continue a bater. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir de nós mesmos, perder a memória, trocar de papel. Qualquer coisa que nos arranque a dor com a mão, que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Não há alívio imediato.
A morte é uma verdade disfarçada de absurdo. Não se arrepende, não volta atrás. É o verdadeiro “para sempre”. É telefone que não toca, silêncio que ensurdece, pesadelo que não acaba, falta que jamais deixará de ser.
Ainda que a morte seja a única certeza para todos, não nos preparamos para a despedida. Não estamos prontos. Nunca. Mesmo naqueles casos onde temos a consciência de que a morte foi um “descanso”. A esperança se mantém até o último instante. Uma fagulha.
A partida vem como um golpe, uma rasteira. É difícil se levantar. É difícil respirar. É doloroso enfrentar a realidade, como um punhal espetado em seu peito.
A verdade é que somos todos um pouco egoístas nestes momentos. Não queremos que partam. Não queremos a ausência. A casa fica mais vazia... Os planos futuros ficaram no caminho...
Seguir em frente é necessário.
E encontramos certo conforto em acreditar que aqueles que se foram estão agora ao lado dos que partiram antes. Estão ao lado do Pai. Cumpriram sua missão neste plano.
A saudade aperta. Muito. Forte. Rasga o peito.
É ferida que não sara. Um dia deixará de sangrar, mas continuará ali.
E pedimos força para continuarmos a nossa missão. Voltaremos a nos encontrar.
Que Deus tenha piedade de nós!
“Não é mais que um até logo...
Não é mais que um breve adeus!
Bem cedo junto ao fogo, tornaremos a nos ver.”
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